quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Crítica: J. Edgar (2012)

Classificação:  8 / 10


Já se sabe que ir ao cinema para ver um filme do Clint vale sempre a pena. Mesmo que o anterior (Hereafter) tenha sido um pouco desilusão.  Ele que é das mais imparciais e eternamente inconformadas personalidades de Hollywood.

Em J. Edgar, o realizador foca-se no criador do FBI, mais no foro pessoal do que propriamente na sua obra. No retrato de um homem calculista, egocêntrico, e em alguns momentos desumano, que subsistiu a 8 presidentes, e ao mesmo tempo com fragilidades e frustações. O que é absolutamente muito mais desafiante para DiCaprio. E não querendo adiantar spoilers, apenas me vou resumir a aspectos externos à história.

O filme peca por alguma morosidade, sendo que uns 45 minutos a menos fariam com que toda a narrativa corresse melhor. Há momentos algo prolongados e totalmente desnecessários.

A complexidade de J.Edgar Hoover é eximiamente interpretada pelo Leo, com algum overacting, mas neste caso é necessário. A caracterização é sublime, apesar de eu não ter gostado muito do Clyde Tolson (companheiro de Hoover) idoso. 

Não se percebe o porquê de nem sequer uma nomeação para os Óscares (mas enfim, a Academia lá sabe...) …

O resto do elenco também é competente, de onde se destacam Judi Dench (a conservadora mãe), Armie Hammer (o eterno amigo e companheiro) e Naomi Watts (como a indefectível secretária).

É pena, pois se não fossem a tal morosidade, e o excesso de foque em J.Edgar e pouco na sua obra, o filme não seria sublime.

Por Carlos Filipe Jesus

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